Dúvidas recorrentes
Perguntas que fizemos a D.Ana Peixoto
Na prática, realizo atendimentos individuais, sessões em pequenos grupos e implemento programas que visam promover as competências socioemocionais. Além disso, trabalho na identificação precoce de sinais de sofrimento psicológico, orientando os alunos sobre como pedir ajuda e desenvolver estratégias para lidar com o stress, a ansiedade, a baixa autoestima e os conflitos próprios desta fase da vida. Considero muito importante promover a literacia na saúde mental e criar espaços seguros onde os jovens se sintam ouvidos, respeitados e compreendidos.
De que forma os pais, professores e amigos podem perceber que um adolescente não está bem emocionalmente?
Existem alguns sinais de alerta que podem indicar sofrimento emocional: mudanças bruscas de humor, isolamento, quebra de rendimento escolar, deixar de realizar atividades habitualmente prazerosas, alterações do sono ou do apetite, irritabilidade constante ou comentários negativos sobre si próprio. É importante observar não apenas um episódio isolado, mas um padrão de comportamento que se prolonga por dias ou semanas.
De que forma o stress académico afeta a saúde mental dos jovens?
O stress académico pode gerar insegurança e até sintomas físicos como dores de cabeça, insónias e cansaço excessivo. Muitos alunos exigem demasiado de si próprios, sentem medo de errar e acabam por perder o prazer pela aprendizagem. Quando o stress se torna habitual, pode afetar a autoestima e a motivação, interferindo também nas relações sociais
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De que forma os adolescentes podem cuidar da sua saúde mental no dia a dia?
Cuidar da saúde mental inclui hábitos simples, como manter uma rotina equilibrada ao nível do sono (8 a 10 horas), da alimentação (comer regularmente, alimentos saudáveis), praticar atividade física, conviver e partilhar sentimentos com outras pessoas importantes e reservar momentos de lazer. É também muito importante desenvolver o autoconhecimento e aprender a refletir e a expressar as emoções de forma saudável.
Que práticas ou hábitos podem ajudar a reduzir o stress e a ansiedade?
Além das acima referidas, outras estratégias incluem exercícios de respiração, escrever um diário (escrita de pensamentos) e ter momentos de pausa, sem fazer nada, livres de tecnologias
Por que razão ainda existe tanto tabu em falar sobre saúde mental?
Apesar dos avanços dos últimos anos, ainda existe muito preconceito e desinformação em relação à saúde mental. Muitas pessoas associam o sofrimento psicológico a fragilidades ou a algo que deve ser escondido, o que dificulta a procura de ajuda. É por isso que normalizar estas conversas, sobretudo entre os jovens, é tão importante. Quanto mais se fala, mais natural se torna pedir ajuda e cuidar do que não se vê, mas se sente profundamente
Que mensagem deixaria aos adolescentes que estão a enfrentar dificuldades emocionais?
Não estás sozinho/a! É normal passar por momentos difíceis, e isso não significa que haja algo de errado contigo. Falar sobre o que sentes, procurar apoio e cuidar de ti são os primeiros passos para se sentires melhor. A tua dor é válida e merece atenção
Onde os adolescentes podem procurar ajuda se sentirem que não estão bem emocionalmente?
O primeiro passo pode ser falar com alguém de confiança — pais, professores, amigos ou o/a psicóloga da escola. Há, igualmente, linhas telefónicas que podem ser úteis (SOS VOZ AMIGA, Horário: Diariamente das 15:30 às 00:30, Contacto Telefónico: 213 544 545 | 912 802 669 | 963 524 660; VOZ DE APOIO, Horário: 21:00 – 24:00, Contacto Telefónico: 225 506 070, Email: sos@vozdeapoio.pt)
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